segunda-feira, 3 de março de 2008

Espectadora de emoções



Horas e horas de espera todas as semanas nas chegadas do aeroporto fizeram de mim uma espectadora atenta de emoções alheias.
Voos, muitas vezes escalados, de países de leste, África, Brasil, Europa e por esse mundo fora, trazem familiares separados há muito. O reencontro é cheio de riso, lágrimas e abraços urgentes de quem há tanto não se via.
Sentada numa das cadeiras, olho atenta para tantas emoções. Muitas vezes tive que apertar as mãos para que as lágrimas não caíssem. Mas os olhos, esses, ficavam marejados. Ramos de flores às mulheres que abandonam o seu país para ficarem junto dos maridos. Famílias reencontradas em natais, páscoas e verões.
E, claro, as emoções dos filhos pequenos cujos pais estiveram fora uma semana. E a alegria do reencontro é como se tempos e tempos tivessem passado!
Em qualquer aeroporto, em qualquer cidade, há à espera o espectáculo das emoções que não nos pertencem.

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