segunda-feira, 14 de setembro de 2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Humor escolar


Afinal, ser professor compensa. Estes dois episódios aconteceram no mesmo dia.
Uma directora de turma recebe uma participação em que um aluno se queixa de um colega, por este lhe ter feito o dedo malcriado.
Mais tarde, numa aula em que os alunos estão a fazer um teste de História que tem uma pergunta sobre o património manuelino, um dos alunos pergunta:
"Professora, o que é o património?"
"Oh, menino, então pensa lá. O que é o património, puxa pela cabeça!"
Um outro aluno, com certeza iluminado pela resposta a passar-lhe pela mente em rodapé, responde, solícito:
"Então, vê lá, se matrimónio é o casamento da mãe, património é o casamento do pai!"

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Vista sobre a cidade

A casa dos meus avós tinha uma grande marquise com uma enorme janela que dava para um "pátio" gigante. Na verdade, este pátio é o conjunto de quintais e jardins de um quarteirão inteiro.
Cresci com esta vista. Tinha um pouco de tudo. O colégio onde fiz a primária (e de onde acenava para a janela da marquise. Muitas vezes vi os meus avós, tio...), a minha escola preparatória, que mais tarde se tornou o sítio onde votava, o conjunto de plantas, trepadeiras, janelas, enfim. Mas, no centro de tudo, majestoso, estava o enorme jacarandá. Toda a vida olhei sonhadoramente para aquele jacarandá que enfeitava aquela vista, o meu pedaço de "casa com vista sobre a cidade". A cereja no topo do bolo era um pedacinho do rio Tejo. Mais tarde construiram um prédio naquele intervalo de prédios, tapando-nos a vista para o rio.
Muitas vezes lembro-me de me chegar à janela, só para contemplar o meu jacarandá (então em flor, era glorioso), a piscina dos vizinhos do lado e o meu pedacinho do rio.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Maior

Desabafo de uma professora


Sou professora há anos q.b. para pôr em causa o actual sistema de ensino!!!
Estamos a trabalhar para a iliteracia? Penso que estamos a caminhar para o analfabetismo enriquecido pela violência…
Sou avó e todos os dias penso se é este o ensino que a minha neta vai ter que ter?!
Foi meu objectivo e acredito que da maioria dos meus colegas, proporcionar uma formação que permitisse a descoberta e desenvolvimento das aptidões e interesses dos alunos. Nesse sentido tentei sempre que a cultura escolar fosse ao encontro da de cada um. Nem sempre foi fácil conseguir este cruzamento, dada a diversidade do ritmo de aprendizagem e heterogeneidade sócio-cultural em cada turma, mas… uns dias trabalhavam-se os interesses dos mais desfavorecidos, noutros os dos privilegiados.
Nunca fui a favor das turmas heterogéneas pelos motivos que acabei de referir, mas o Ministério manda… e quem somos nós, os que estamos no campo, para contestar? Afinal nada sabemos disto, não é? Nem somos técnicos do ensino… No entanto surpreendo-me quando, contraditoriamente se formam as turmas de currículos alternativos. Afinal há inclusão ou não há? As turmas de currículos alternativos só deveriam incluir alunos com dificuldades de aprendizagem, mas também incluem os que sem dificuldades de aprendizagem, perceberam que chegariam ao mesmo nível sem qualquer esforço já que a transição está implícita.
Ainda de referir a falta de formalidade com que os alunos se apresentam nas escolas… Barrigas desventradas, calções com as nádegas expostas e seios bem destacados. Já para não falar dos que se põem em tronco nu nos dias de mais calor… e tudo isto em contraste com a “pudicidade” dos que ou não podem - embora talvez gostassem - ou cujos conceitos morais são diferentes. Uma farda, como sempre houve e há em muitos países da Europa, talvez resolvesse isso.
E tudo isto para vos dizer que sou professora do 2º ciclo (Ciências da Natureza e Matemática) e tenho um aluno que nem a idade sabe – quando lha perguntamos, conta pelos dedos e diz um número qualquer – uns dias tem 11, outros 12 e outros 14. Trata-nos por “contina”. Não sabe escrever, embora copie tudo com uma letra lindíssima. Faz desenhos com um risco seguríssimo e sem copiar. Não sabe a morada de casa, só sabe os nomes próprios dos pais e é absolutamente dependente. Temos sempre que lhe dizer que aula vai ter a seguir e em que sala. No entanto faz desenhos como o que ponho em anexo. Não será dos melhores porque é muito possessivo das suas criatividades.
O que ponho em causa… A minha falta de preparação para lidar com alunos nestas circunstâncias. A minha falta de conhecimento para o encaminhar para uma instituição onde desenvolva as suas aptidões.

terça-feira, 26 de maio de 2009

A contar os dias

Olho pela janela e o azul do céu faz-me lembrar que faltam ............ dias para ir de férias. E já comecei a preparar mentalmente a mala: o chapéu, os livros, o verniz cor de rosa choque, as sandálias, os chinelos...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A caminho da mudança


Passadas firmes e seguras. A mudança exige dedicação e empenho.
Ela pegou na caneca de chá quente, sorveu um pouco e ficou com os óculos embaciados do vapor. Passava os olhos pelo jornal, atenta aos títulos, os dedos com tinta do jornal.
Bebeu mais um pouco de chá e pôs de lado o jornal. Encontrou o que procurava. A motivação para aquele dia.
Certo dia, deixou de encontrar. Precisava de um novo rumo.
Durante tempos vagueou o tempo pelas palavras que a fustigavam.
E, então decidiu. Era tempo de mudar. Bastava de indecisão e estado apático de desencontro.
Mas houve um claro sinal físico que revelou que era chegado o tempo. Foi uma bola imaginária que se formou no seu estômago e rebentou, dando a energia que ela precisava. Foi como se tivesse inundada por uma energia cósmica que lhe sacudiu a vida.
E seguiu o caminho, com firmes passadas e segurança de tomar o rumo certo.

[Nota: Curiosamente, depois de tomar a decisão, recebeu um sinal inequívoco de que aquele era o destino. Afinal, há coincidências ou não?]

Boa vida


É bom sonhar durante o ano.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Cavalheirismos

Até ao final da sua vida, 90 anos acabados de fazer, sempre foi um cavalheiro.
Se estava sentado no eléctrico e entrava uma senhora, imediatamente cedia o lugar.
A andar na rua, ia sempre do lado dos carros, a proteger quem fosse com ele.
Inclinava levemente a cabeça e tirava o chapéu, a cumprimentar quem passava.
Hoje são menos os cavalheiros desta vida.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Óculos

Tenho uns óculos de sol novos. Os óculos são muito bonitos e confesso que nunca tinha gasto tanto dinheiro num par de óculos de sol. Mas são uns bonitos óculos.
Acontece que o ano acabou cinzento e o ano seguinte escuro começou. Nos primeiros dias ainda saía de casa com os óculos em riste mas a escuridão era total.
Anseio agora por melhores dias para passear os meus óculos de sol novos.