Sou professora há anos q.b. para pôr em causa o actual sistema de ensino!!!
Estamos a trabalhar para a iliteracia? Penso que estamos a caminhar para o analfabetismo enriquecido pela violência…
Sou avó e todos os dias penso se é este o ensino que a minha neta vai ter que ter?!
Foi meu objectivo e acredito que da maioria dos meus colegas, proporcionar uma formação que permitisse a descoberta e desenvolvimento das aptidões e interesses dos alunos. Nesse sentido tentei sempre que a cultura escolar fosse ao encontro da de cada um. Nem sempre foi fácil conseguir este cruzamento, dada a diversidade do ritmo de aprendizagem e heterogeneidade sócio-cultural em cada turma, mas… uns dias trabalhavam-se os interesses dos mais desfavorecidos, noutros os dos privilegiados.
Nunca fui a favor das turmas heterogéneas pelos motivos que acabei de referir, mas o Ministério manda… e quem somos nós, os que estamos no campo, para contestar? Afinal nada sabemos disto, não é? Nem somos técnicos do ensino… No entanto surpreendo-me quando, contraditoriamente se formam as turmas de currículos alternativos. Afinal há inclusão ou não há? As turmas de currículos alternativos só deveriam incluir alunos com dificuldades de aprendizagem, mas também incluem os que sem dificuldades de aprendizagem, perceberam que chegariam ao mesmo nível sem qualquer esforço já que a transição está implícita.
Ainda de referir a falta de formalidade com que os alunos se apresentam nas escolas… Barrigas desventradas, calções com as nádegas expostas e seios bem destacados. Já para não falar dos que se põem em tronco nu nos dias de mais calor… e tudo isto em contraste com a “pudicidade” dos que ou não podem - embora talvez gostassem - ou cujos conceitos morais são diferentes. Uma farda, como sempre houve e há em muitos países da Europa, talvez resolvesse isso.
E tudo isto para vos dizer que sou professora do 2º ciclo (Ciências da Natureza e Matemática) e tenho um aluno que nem a idade sabe – quando lha perguntamos, conta pelos dedos e diz um número qualquer – uns dias tem 11, outros 12 e outros 14. Trata-nos por “contina”. Não sabe escrever, embora copie tudo com uma letra lindíssima. Faz desenhos com um risco seguríssimo e sem copiar. Não sabe a morada de casa, só sabe os nomes próprios dos pais e é absolutamente dependente. Temos sempre que lhe dizer que aula vai ter a seguir e em que sala. No entanto faz desenhos como o que ponho em anexo. Não será dos melhores porque é muito possessivo das suas criatividades.
O que ponho em causa… A minha falta de preparação para lidar com alunos nestas circunstâncias. A minha falta de conhecimento para o encaminhar para uma instituição onde desenvolva as suas aptidões.
Estamos a trabalhar para a iliteracia? Penso que estamos a caminhar para o analfabetismo enriquecido pela violência…
Sou avó e todos os dias penso se é este o ensino que a minha neta vai ter que ter?!
Foi meu objectivo e acredito que da maioria dos meus colegas, proporcionar uma formação que permitisse a descoberta e desenvolvimento das aptidões e interesses dos alunos. Nesse sentido tentei sempre que a cultura escolar fosse ao encontro da de cada um. Nem sempre foi fácil conseguir este cruzamento, dada a diversidade do ritmo de aprendizagem e heterogeneidade sócio-cultural em cada turma, mas… uns dias trabalhavam-se os interesses dos mais desfavorecidos, noutros os dos privilegiados.
Nunca fui a favor das turmas heterogéneas pelos motivos que acabei de referir, mas o Ministério manda… e quem somos nós, os que estamos no campo, para contestar? Afinal nada sabemos disto, não é? Nem somos técnicos do ensino… No entanto surpreendo-me quando, contraditoriamente se formam as turmas de currículos alternativos. Afinal há inclusão ou não há? As turmas de currículos alternativos só deveriam incluir alunos com dificuldades de aprendizagem, mas também incluem os que sem dificuldades de aprendizagem, perceberam que chegariam ao mesmo nível sem qualquer esforço já que a transição está implícita.
Ainda de referir a falta de formalidade com que os alunos se apresentam nas escolas… Barrigas desventradas, calções com as nádegas expostas e seios bem destacados. Já para não falar dos que se põem em tronco nu nos dias de mais calor… e tudo isto em contraste com a “pudicidade” dos que ou não podem - embora talvez gostassem - ou cujos conceitos morais são diferentes. Uma farda, como sempre houve e há em muitos países da Europa, talvez resolvesse isso.
E tudo isto para vos dizer que sou professora do 2º ciclo (Ciências da Natureza e Matemática) e tenho um aluno que nem a idade sabe – quando lha perguntamos, conta pelos dedos e diz um número qualquer – uns dias tem 11, outros 12 e outros 14. Trata-nos por “contina”. Não sabe escrever, embora copie tudo com uma letra lindíssima. Faz desenhos com um risco seguríssimo e sem copiar. Não sabe a morada de casa, só sabe os nomes próprios dos pais e é absolutamente dependente. Temos sempre que lhe dizer que aula vai ter a seguir e em que sala. No entanto faz desenhos como o que ponho em anexo. Não será dos melhores porque é muito possessivo das suas criatividades.
O que ponho em causa… A minha falta de preparação para lidar com alunos nestas circunstâncias. A minha falta de conhecimento para o encaminhar para uma instituição onde desenvolva as suas aptidões.
1 comentário:
Magnífico desenho... um artista...
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