quinta-feira, 28 de maio de 2009

Vista sobre a cidade

A casa dos meus avós tinha uma grande marquise com uma enorme janela que dava para um "pátio" gigante. Na verdade, este pátio é o conjunto de quintais e jardins de um quarteirão inteiro.
Cresci com esta vista. Tinha um pouco de tudo. O colégio onde fiz a primária (e de onde acenava para a janela da marquise. Muitas vezes vi os meus avós, tio...), a minha escola preparatória, que mais tarde se tornou o sítio onde votava, o conjunto de plantas, trepadeiras, janelas, enfim. Mas, no centro de tudo, majestoso, estava o enorme jacarandá. Toda a vida olhei sonhadoramente para aquele jacarandá que enfeitava aquela vista, o meu pedaço de "casa com vista sobre a cidade". A cereja no topo do bolo era um pedacinho do rio Tejo. Mais tarde construiram um prédio naquele intervalo de prédios, tapando-nos a vista para o rio.
Muitas vezes lembro-me de me chegar à janela, só para contemplar o meu jacarandá (então em flor, era glorioso), a piscina dos vizinhos do lado e o meu pedacinho do rio.

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