quarta-feira, 21 de maio de 2008

O Cidadão na Repartição

A Senhora da Repartição do Serviço quase que sussurrou e disse "se esperar mais uns dias, até ao final do mês, a dívida prescreve, porque é o que acontece cinco anos depois. Deixe estar tudo como está e volta cá no início do próximo mês para se certificar de que já não existem dívidas".
Naquele momento, o Cidadão sentiu que partilhava alguma coisa com a Senhora da Repartição. Ambos tinham um plano infalível para enganar o Serviço. Iam aguardar uns dias até que a dívida prescrevesse! A Senhora da Repartição do Serviço acenava a cabeça e esboçava um sorriso, em jeito intimista, para demonstrar que juntos conseguiriam enganar o Serviço.
O Cidadão devolveu o aceno e o sorriso intimista.
Saiu do Serviço e a vergonha caiu em si, embaraçando-o com o plano infalível para enganar o Serviço, que tinha sido esboçado pela Senhora da Repartição do Serviço. Mesmo embaraçado e envergonhado, o Cidadão continuou o seu caminho, o seu plano e aguardou o final do mês e a prescrição da dívida.

2 comentários:

Paulo Freixinho disse...

Hum, uma Estória polémica!

;-)

Sol disse...

É verdade... mas pode acontecer!