Histórias, pensamentos e apontamentos para contar, partilhar e recontar. Episódios que aconteceram (ou talvez não), foram inventados, têm piada ou puxam à lágrima ou, simplesmente, apetece contar.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Coisas que passam pela cabeça
Às vezes apetece dizer palavras que não podem ser ditas. Não palavras feias, mas das que magoam, ferem ou humilham. Outras vezes, quando damos conta, as palavras já estão ditas e já magoámos ou ferimos ou humilhámos.
E é uma pena que na vida não dê para fazer CTRL Z (’undo’).
E é uma pena que na vida não dê para fazer CTRL Z (’undo’).
Imagem daqui: http://kevinc.net/journal/undo-life/
terça-feira, 21 de abril de 2015
Curtas #2
seria praticamente impossível conseguir apanhar aquele autocarro. sem vontade de correr, continuou a fumar o cigarro. o autocarro continuava parado no semáforo. não, não valia a pena correr. apanharia outro. ou iria a pé. tanto fazia. continuou e passaram dois minutos até ser ultrapassada pelo autocarro. teria dado perfeitamente para o apanhar. paciência. o dia estava mesmo como gostava, nem quente nem frio, mais para o cinzento. daqueles dias que normalmente irritam toda a gente. mas eram os dias de que Maria gostava. sentia-se inspirada, com vontade de contemplar. as pessoas, as ruas, as árvores.
Imagem de http://jasmincharlotte.com/tag/lisbon/
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Curtas #1
era uma vez…
um papagaio verde e amarelo, que não se sentia nem verde, nem amarelo, mas sim azul e encarnado, mas de uns azuis e encarnados tão espampanantes que o papagaio até se sentia todo altivo e grandioso. e passeava-se o papagaio, inchado de orgulho das suas farfalhudas penas azuis e encarnadas, olhando de soslaio para os pobres papagaios, que se limitavam a ser verdes e amarelos, e até se sentiam intimidados com a sua majestade.
um dia, o papagaio decidiu fazer um passeio mais logo e passou por um lago tão cristalino que parecia um espelho gigante. admirado, percebeu que, afinal, era mesmo verde e amarelo, e não azul e encarnado, como se sentia.
mas a verdade é que, mesmo depois de ter visto, continuava a sentir-se azul e encarnado (e só de pensar, até se sentia mais azul e encarnado e lindo e poderoso e maravilhoso). e nunca nenhum dos outros papagaios duvidou de que ele era mesmo diferente. e melhor.
um papagaio verde e amarelo, que não se sentia nem verde, nem amarelo, mas sim azul e encarnado, mas de uns azuis e encarnados tão espampanantes que o papagaio até se sentia todo altivo e grandioso. e passeava-se o papagaio, inchado de orgulho das suas farfalhudas penas azuis e encarnadas, olhando de soslaio para os pobres papagaios, que se limitavam a ser verdes e amarelos, e até se sentiam intimidados com a sua majestade.
um dia, o papagaio decidiu fazer um passeio mais logo e passou por um lago tão cristalino que parecia um espelho gigante. admirado, percebeu que, afinal, era mesmo verde e amarelo, e não azul e encarnado, como se sentia.
mas a verdade é que, mesmo depois de ter visto, continuava a sentir-se azul e encarnado (e só de pensar, até se sentia mais azul e encarnado e lindo e poderoso e maravilhoso). e nunca nenhum dos outros papagaios duvidou de que ele era mesmo diferente. e melhor.
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